Sobre a “mudança de posição” de Mark Zuckerberg e a luta contra a extrema-direita na América Latina:

Eu alertei desde o ano passado que não era uma boa estratégia a esquerda partidária brasileira acreditar em acordo com PD dos EUA e seus aliados na burguesia “progressista” internacional, pois havia grandes chances de virada internacional.

Também alertei que não era uma boa estratégia tomar o lado da golpe na Venezuela, pois parte da burguesia internacional também considera a luta contra a extrema-direita brasileira, sua responsabilização, a destruição de sua máquina de propaganda, formas de autoritarismo.

Absolutamente tudo que alertei nesse sentido começa a tomar forma já no começo de 2025. Com isso, a extrema-direita dos EUA e o Trumpismo conseguiram retornar ao poder, podem dar apoio ao partido fardado e seu movimento de massas de extrema-direita no Brasil.

Mark Zuckerberg, mudando de posição, se aliando a Trump e levantando dúvidas sobre autoritarismo no controle da internet na AL contra a máquina de propaganda da extrema-direita, e reduzindo restrições de conteúdo, demonstra nada mais que uma grande ofensiva que virá contra a AL. A despeito da lei, do formalismo, da corretude dos atos, provavelmente a narrativa mentirosa de que somos autoritários na forma de lidar com a extrema-direita brasileira emplaque internacionalmente. Para qualquer gringo, a Venezula também é aqui.

Nosso Governo falhou em todas as oportunidades que teve para se preparar para esse cenário. Fiou e baseou sua defesa contra a extrema-direita especialmente numa série de acordos com PD, e agentes do ocidente geopolítico, não se constrangendo em ter que se afastar dos BRICS para tal.

Todos esses acordos parecem ruir, a tendência é de novas pressões, tentativas de golpe, uso livre da internet para máquina de propaganda da extrema-direita mobilizar seu movimento de massas, enquanto a esquerda hegemônica não está mobilizada para nada que não defender cortes de gastos.