QUAL FORMA CORRETA DE LER A IMPRENSA BRASILEIRA?

Nelson
2 min readFeb 17, 2025

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Por: Daniel Albuquerque Abramo.

O século XXI trouxe a tona um novo contexto desafiador para profissionais de mídia e amantes da notícia. Em um cenário de excesso de informação, opinião e crenças, elaborei, com certo espírito zombeteiro e em homenagem a alguns parentes queridos, um miniguia para saber como proceder diante dessa monumental máquina de desinformar que é a atual imprensa brasileira.

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1 — Jornal/Revista/Blog “progressista independente”:

Nesse caso, o primeiro passo é verificar se o veículo é independente mesmo. Se for encontrado qualquer indício do contrário, veja o segundo item. Caso o blog seja independente mesmo, o que é improvável, pode ser que ele talvez fale a verdade.

2 — Jornal/Revista/Blog progressista partidário, governista ou pró-sistema falsamente tido como “independente”:

Embora esse tipo de veículo aqui possa parecer engajado e honesto a primeira vista, seu papel não é exatamente informar, mas sim, “formar opinião”. A forma correta de ler esses veículos é com certo desdém a estrangeirismos, e certo ceticismo quanto as conquistas destacadas e personalidades reverenciadas. Se for lido de forma correta, sem concordância acrítica, pode, ainda que não fale exatamente a verdade já que sua função é marketing político, ser útil.

3 — Jornal/Revista/Blog “independente de direita”:

Este tipo de mídia geralmente causa um misto de constrangimento pelo mau gosto estético, e incômodo por representar uma visão de mundo agressivamente amalucada. Deste tipo aqui não dá para esperar que fale a verdade, ainda que nem todas as mentiras proferidas sejam caso de intenção, já que muitas das pessoas que operam nesse nicho realmente são ignorantes e tem orgulho disso. Ainda assim, não se engane, esse tipo de mídia é nociva, pode causar severos problemas a pessoas frágeis mentalmente.

Deve ser lido com cuidado, com um senso de humor acurado, voltado especialmente para ridicularizar o absurdo da visão de mundo que estes expõe, assim como a falta de virtude e habilidade de suas lideranças. Ainda que não fale a verdade e seja uma versão de baixa qualidade de marketing político, tal nicho alcança uma gama enorme de pessoas com suas mentiras e deve ser estudado com intuito de ser combatido.

4 — Jornal/Revista/Blog pretensamente isento da mídia hegemônica:

São os veículos mais tradicionais e que atingem a maior parte da população. Tudo que é dito e repassado é feito a partir das intenções da classe dominante e dos maiores expoentes do sistema de exploração de classes que nos oprime. Devem ser lidos com ceticismo e descrédito, tentando imaginar as intenções da burguesia, e não exatamente as notícias. Ainda assim, apesar de toda ideologia, são úteis para cruzar informação com outras fontes de outros nichos, e chegar em uma versão média de um fato e acontecido, pela negação de ambas, ou todas, as versões.

Conclusão:

Essa é a maneira mais adequada de ler a imprensa brasileira. Qualquer coisa diferente disso e você não será informado, mas sim deformado!

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Written by Nelson

Filósofo, estudante de R.I e analista político.

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